Esse moleque forjado em pé no bucólico Passeio Público,
aos pés de uma escultura de mestre Valentim,
veio dum gozo apressado, curra de amor por dois iguais,
entre beijos de jujuba e amendoim.
Nem ao menos estava igualado,
Não posso rezar todos os dias,
a igreja abre às sete e a fábrica às seis.
Então, Senhor, perdoai-me,
mas primeiro o patrão, dele vem o pão.
Vejo outros companheiros, amigos.
para Rachel
As águas
Agora que a vida é um tempo
quase livre
e qualquer tempo vale a vera
como se fosse eterna,
Eu nessa minha parcimônia,
vestida com escancarada elegância,
jamais hei de ocultar tão evidentes,
a tribo, o atabaque, o axé,
o orixá, o ori, o ancestral.
Vivo distante
de esperanças e ilusões.
Nos meus poemas
só escrevo as palavras
que as pessoas podem.
Não faço provocações
Pode ser estranho
Algo sobrenatural
Totalmente ridículo
Ridículo
Pode ser que eu esteja
Em uma camisa de força